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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PRAZER DA GULA e Os Heterônimos de Fernando Pessoa

Olá gulosinhos!

Hoje acordei romântica, fui trabalhar de saia longa, blusa com renda, trança de lado e flor no cabelo, só para ter uma inspiração, talvez fosse um apelo, queria fazer o dia se tornar mais leve (quinto dia útil e sou bancária) e acreditar que a vida pode ser vista por outro angulo e não sou só eu que preciso ter outro olhar, a atmosfera tá pesada e numa tentativa desesperada de mudar as coisas, eu comecei exteriozar, transformando-me de fora para dentro, uma visão agradável em tons pasteis, um sorriso discreto, um olhar atento, uma postura cheia de gentilezas, um protesto de paz no ambiente caótico que se transformou a agencia.

Me veja de forma romântica, porque é assim que quero viver, e agora venho no blog colocar o que tá aqui dentro esta noite... Perdi o medo de frustar-me e não quero uma paixão, quero sentir os dias passar com um sentimento gostoso, sem desespero, sem ansiedade, sem tempestade, quero fazer sorrir, quero abrir meu sorriso mais sincero, continuar olhando nos olhos e ver pessoas de verdade, quero paz e transmitir paz também, errar e aprender com o erro ao invés de me cobrar tanto para acertar sempre.

Achei esse poema e ele nos remete a uma calmaria, mesmo diante das transformações de cada dia. Por mais contraditório que tudo possa ser... 

Nesse momento escolhi Fernando Pessoa porque me sinto num momento de transformação, mesmo ainda sendo eu.

 FERNANDO
PESSOA

Poemas de
Alberto Caeiro



    O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do Mundo... Creio no mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender...
    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
    Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar...

    Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914
Bom apetite,

PRAZER DA GULA
Hevelinny EIKO
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